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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Trans humano

Deus
fez o milagre Homem,
e esboçou-lhe áspero o caminho,
para que se erguesse,
se tornasse desperto, reflexivo;
inteligente e forte!
Reinasse soberano,
deixando-lhe em branco
as opções aos actos
de (re)criação,
de se (re)inventar,
trans humano,
de amor,
para que se preservasse,
se perpetuasse,
espécie em evolução,
até ser capaz de enfrentá-Lo, outra vez,
fechando-se assim o ciclo.
E ser o Homem afinal o Criador.

O Espírito (re)quer um corpo
que o transporte até à eternidade.

Deus deu ao Homem a chave
e a esperança.

O medo tem mil desculpas
e o preconceito
é tribal.

Havemos de lá chegar!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Existência

Acontece, por vezes, num breve momento,
o que poderá levar uma vida a ser resolvido.

E nem sempre sou suficientemente forte,
para me libertar do que foi vivido,
até, antes de mim,
mas que, tatuado, bem está,
nas entranhas da existência.

A fé
ajuda-me a iludir
perante as oportunidades,
a liberdade,
com os homens
e Deus em cada esquina,
como se tudo nascesse
por amor,
fosse ingénuo
espontâneo
e desinteressado.

Se sou a árvore,
também sou a folha,
o fruto,
a semente,
mas serei apenas e por enquanto a árvore...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sou

Sou
adepto ferrenho da paz,
discípulo do tempo,
aprendiz de rua,
empreiteiro de minha vida...
Habito-me
para onde for,
deliberadamente,
de vontade...
Serei
um homem próspero,
por tão convictamente
me ambicionar...
Nascem-me da alma
os poetas de que preciso,
como borboletas
empossadas de Primavera,
reciclo palavras,
alimento-me de poesia,
construo-me de sonhos...
Amo pessoas,
as que se queiram respeitar;
mas fujo das obsessivas
investidas
de alguns carenciados...

Tenho a idade
de todas horas,
em que arduamente lutei
para ser feliz.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Conheci-te...

Conheci-te no dia do teu nascimento.
Não te sei dizer o que senti.
Havia muita luz no ar
e um calor que me animava.
Estranhei-te.
Calmo era o tempo que passava
e eu pensava.
Por instinto me aproximei
e gostei.
Interroguei-me se te amava.
Não sei.
Sei que gostava.
Acompanhei-te até hoje
e cada vez mais é amor
o que sinto.
Não guardes só para ti
o que eu te dou.
Ama também,
para que possamos viver
para todo o sempre.

Deus ouviu minha aflição
e por Ele fui agraciado.

(Dedicado a meus filhos; Ruben Heitor e João Tiago.)

Nome(s)

Com José,
homenageio todos os José;
o carpinteiro
(o que fez de pai),
o escritor,
mantenedor da palavra,
o(s) amigo(s) do peito,
chamado(s) de José!…

Heitor,
nome,
de guerreiro,
grego,
de bem presente,
com início em luso oriente,
de tutelado
por fugitiva princesa,
de afilhado,
de quem seria também avô,
terceiro,
e o segundo,
assim herdado,
de primo varão.

Santiago,
de Iago que foi santo,
discípulo do Filho do carpinteiro,
também escritor de evangelho apócrifo,
e também segundo nome
de um livro filho, em que,
como poeta da vida,
também fui co-autor
(com D´Ó).


José Heitor Santiago