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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Templo


Cedo interiorizei os sons bronze,
que ecoavam a cada hora,
de um templo de Deus e de santos,
em terras cobertas pelo ouro do trigo,
pertença antiga de guerreiros monges,
que se cruzavam com caminhos de Sant`Iago.
Sinos, gargantas de majestosas e altas torres,
lembrando o tempo e a conversão aos actos de fé,
ao invisível e omnipresente Espírito Santo,
de onde se avistavam faluas e fragatas
desaguando o braço do Tejo,
com lemes versáteis de vontades.
Continuam as badaladas a marcar o ritmo
das vidas num monte-rijo
perdido de memórias
e nas esperanças de uma galega.

E eu na praça,
procurando o entendimento
do intervalo entre o primeiro dia e hoje.

Somente este velho monumento evoluiu,
conservando a luminosidade rica do corpo inicial.




Fotografia/Igreja do Espírito Santo (Montijo)